23 / 05 / 16

Qual a diferença entre marketing de conteúdo e inbound marketing?

Depois do meu último texto, recebi algumas mensagens me perguntando um pouco mais sobre a aplicação do inbound marketing na prática. Respondi aos mais próximos por comentários e inbox com a certeza de que o tema merece mais da minha atenção por aqui.  Pensando nisso, resolvi compilar os artigos que já escrevi e os inéditos relacionados ao marketing digital. A ideia é facilitar o aprendizado e a discussão do que é efetivo na atualidade. Hoje eu gostaria de falar sobre a diferença entre marketing de conteúdo e inbound marketing.

Antes de fazer a distinção entre os termos, preciso falar que sou uma apaixonada por gestão do conhecimento. Meu compromisso é reunir teoria e prática para facilitar a geração de resultados dos corajosos empreendedores. Sendo assim, todas as contribuições são bem-vindas para formar algo maior, produtivo e aplicável. Não seria diferente, já que alguns leitores sabem que fui co-fundadora da primeira agência alagoana de marketing de conteúdo.

De lá pra cá, os eventos, leituras e conversas com alguns especialistas me colocaram à vontade para compartilhar conhecimento. Martha Gabriel, Cassio Politi e a turma da Resultados Digitais são só alguns dos disseminadores de boa informação. Esse texto é, portanto, o resultado da minha interpretação sobre o que venho absorvendo sobre marketing de conteúdo e inbound marketing.

Certo! E o marketing de conteúdo?

Para quem não ouviu falar no termo, o marketing de conteúdo – ou content marketing – é a área que se dedica a geração de conteúdo para atrair e fidelizar clientes. A estratégia trata da identificação de personas (exemplificação de um cliente em potencial) para a produção de informação útil e relevante a ser disseminada na gestão de blogs, mídias sociais, podcasts, webinars, eventos e toda forma de compartilhamento do conhecimento de determinado negócio.

Explico: uma empresa especializada em plano dental pode falar dos cuidados com a saúde bucal, dos problemas causados pela má higiene e formas de tratamento. O objetivo dessa empresa de plano dental é manter o relacionamento saudável com pessoas realmente interessadas nesse tipo de informação. O desejo é que esses leitores lembrem da marca que lhes foi útil quando precisarem de um plano dental. Para isso, se valem de um calendário editorial, estudo de palavras-chaves e da rápida resposta aos questionamentos deixados em seus canais de comunicação.

Tudo isso pra conseguir um cliente?

Imagem da personagem Lu, criada pelo Magazine Luiza

Sim! E não! O marketing de conteúdo pode ser considerado um termo atualizado para o branded content (conteúdo de marca). Algo que vem sendo feito há anos pela Red Bull em seus eventos de promoção dos esportes, pelas ações de Natal da Coca-Cola, pelo incentivo a brincadeira de Omo Progress e, mais recentemente pelo Blog da Lu – do Magazine Luiza – que dá dicas para aquisição de produtos diversos. São exemplos notórios de quem se dedica a construir uma marca que se diferencie na hora de comprar um energético, um refrigerante, um sabão em pó ou um produto para casa.

Respondendo a pergunta, o marketing de conteúdo disseminado por Joe Pulizzi, do Content Marketing Institute, é uma forma de garantir a diferenciação de mercado compartilhando o conhecimento que a empresa mais domina. Revelando parte do que sabe, a empresa se coloca como autoridade no tema e realmente interessada no bem-estar de seu atual ou potencial cliente. É, sem dúvida, uma busca por uma relação duradoura que facilite a indicação, compra e recompra dos produtos ou serviços oferecidos. É marketing de conteúdo e inbound marketing envolvido. Algo que passa a ser medido por audiência (visitantes, likes, assinantes de e-mail, compartilhamentos) e pela relação dessa base engajada para os negócios (ROI).

E o inbound marketing nessa história?

Ilustração de email numa esteira de fábrica | Inbound Marketing

Disseminado mundo a fora pela Hubspot e acolhido no Brasil pela Resultados Digitais, o Inbound Marketing pode ser considerado um nome novo para a gestão de marketing digital. Ele se dedica a atração, nutrição e conversão de visitantes em clientes. Sim, o marketing de conteúdo e o inbound marketing são amigos íntimos.

É como se o marketing de conteúdo servisse como fio condutor para identificar em que etapa está o consumidor. Cada publicação é pensada para entregar informações adequadas ao momento de compra do potencial cliente. E talvez ai esteja a principal diferença!

O inbound usa o marketing de conteúdo atrelado à geração mensurável de visitantes, leads e clientes. E é aqui que surgem ferramentas como o RD Station, Lead Lovers, Active Campaign e Hubspot que se dedicam à gestão de leads. Um auxílio importante na hora de acompanhar o funil de vendas e a responsabilidade de cada canal (mídia paga, seo, e-mail, referências) para a formação da audiência. Tudo para garantir uma visão clara do retorno numérico do conhecimento da marca.

Os índices (métricas ou kpis) estão relacionadas ao custo de aquisição do lead, faturamento, retorno sobre investimento. Usando o mesmo exemplo da empresa de plano dental, o inbound serve para entender o caminho percorrido por cada usuário: quando ele se transformou de visitante em lead, que materiais mais leu, a quanto tempo está se relacionando e quando demonstrou interesse em adquirir um produto ou serviço. Fica mais fácil abordar comercialmente apenas aqueles que estão prontos para comprar.

É preciso escolher entre marketing de conteúdo e inbound marketing?

Tenho hoje experiência com pequenos, médios e grandes clientes vindos de quase todas as regiões do país (faltam só o norte e o centro-este). Por isso, consigo ter um entendimento mais claro sobre verba, estrutura e conhecimento por parte dos empreendedores, afinal também empreendo.

A realidade é que tanto o marketing de conteúdo, quanto o inbound ainda são recentes no Brasil. Algo que não totaliza os 5 anos por aqui. É natural se deparar com a descrença, ansiedade e a escassez de recursos em todas as esferas. Eu prefiro sempre o caminho da solidez e da construção de credibilidade. Fornecedores, parceiros e clientes certamente se beneficiam disso. Nessa ideia, eu opto pela prática do ganha-ganha. Fico com as duas expertises para garantir a mensuração do resultado real e duradouro. E você?

Imagens: Duplod, Kissflow

Larissa Lima

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