ChatGPT e Marketing de Conteúdo: isso não é uma disputa
“Quem lê tanta notícia?”, perguntou Caetano Veloso na música Alegria, Alegria, em 1968. Há 55 anos! Hoje, em 2023, o questionamento parece mais vivo do que nunca! As revoluções tecnológicas não param, a produção de conteúdo digital, jornalístico, publicitário, blogposts, e-mails marketing, replicação de notícias, os fenômenos das informações falsas, os vídeos e seus infinitos temas, um novo podcast a cada semana… Ufa! E aí, quem lê, ouve, assiste e consome tanto?
A escrita profissional – como costumo chamar – parece ser a bola da vez quando o assunto é entender o papel do profissional da palavra nesse universo de tanta informação e possibilidades. Cada vez mais dinâmica e estratégica, a produção do conteúdo não se encerra mais no ato de escrever e publicar. Fazer essa informação chegar a quem se interessa por ela é o novo reino.
Eu, jornalista, que por muito tempo vivi a realidade das redações e assessorias de imprensa, fiz um movimento de migração de carreira para a publicidade e posteriormente marketing e gestão de conteúdo, quando tive a chance de perceber, na prática, os caminhos bem desafiadores da disputa de espaço na internet, entre algoritmos, muita oferta, segmentação, novas ferramentas e mais recentemente ela, provocadora e intrigante, a inteligência artificial (IA).
Inteligência artificial e ChatGPT: tem quem não caia?
Enquanto ainda há um movimento de resistência, talvez fruto do desconhecimento, ou de um receio daquilo que o novo traz, acreditei que faria sentido, pessoal e profissional, entender melhor como uma ferramenta de geração de conteúdo, e que tem chamado a atenção por produzir textos com alto grau de coerência e articulação, poderia ser útil no marketing de conteúdo e nas carreiras profissionais da comunicação, em geral.
Desse início de relacionamento, ainda cheio de questionamentos, claro, compartilho com você, algumas das primeiras lições e dicas. Escolhi 5 delas, lá vai!
- Faça as perguntas corretas: Quanto mais específico você for e refinar as buscas, mais será possível encontrar resultados favoráveis à pesquisa. A ferramenta te dá opções de repetir a busca, pedir novos resultados e tentar melhorar, em cada um deles, o conteúdo oferecido;
- Utilize a ferramenta para referências e ideias: Um bom uso do ChatGPT pode ser a geração de referências e ideias para produção de conteúdo. A ferramenta pode ser super útil em te dar bons gatilhos de criatividade, ou até mesmo te ajudar a formular perguntas para um entrevistado;
- Simplifique conceitos: Um comunicador, independentemente da área que atue, deve simplificar discursos para a audiência. Essa ferramenta pode te ajudar, por exemplo, a tornar a linguagem de artigos, textos científicos, ou termos técnicos mais simples e acessíveis – para esse uso, fique ainda mais atento à próxima dica.
- Cheque as informações: É fundamental checar o que foi gerado pela ferramenta, como você já faria com qualquer fonte. Em relação à IA é ainda mais importante porque podemos dizer que o ChatGPT preenche vácuos, que são as perguntas, reunindo informações da internet e, como consequência, também reflete os pontos negativos e distorções da rede. Não vacile!
- Revise e edite os conteúdos: Ensinamos a ferramenta a simular a escrita humana, mas não ensinamos a não plagiar, por exemplo. Seja na transcrição direta, no uso de sinônimos para tentar disfarçar a cópia, ou na apropriação de ideias, você precisa fugir do plágio. É importante o filtro de um profissional que valide o conteúdo – coesão, coerência, além de gramática -, modifique trechos, acrescente informações relevantes e suprima as duvidosas e incoerentes. O Google, inclusive, tende a punir conteúdos copiados com o baixo ranqueamento e até ausência de indexação nas buscas.
Desafios do ChatGPT
É evolutivo – quase orgânico, eu diria – que o ser humano busque novos modelos de linguagem, isso sempre fez parte do mundo. Para se comunicar melhor e com mais eficiência, esses novos modelos são perseguidos durante toda a história da humanidade.
Em relação à tecnologia é importante que fique claro que essas inteligências são alimentadas por dados e informações que já foram geradas por seres humanos. O ChatGPT é um grande repositório de tudo isso e quanto mais evolui, maior fica e é bem alimentado, a tendência é que melhore.
Por isso, precisamos ensinar à IA sobre diversidade, inclusão, igualdade, oportunidades e, claro, a não disseminação de discursos de ódio, preconceitos, exclusões e, claro, alternativas para o combate à poderosa engrenagem das notícias falsas. Essa é uma missão!
Outras questões que, em breve, devem protagonizar os debates em relação à IA são temas ligados à autoria, transparência de conteúdos gerados nas plataformas, ética e muito mais… O futuro já está no presente, não é?
ChatGPT e comunicação: quem sai ganhando?
Se me pedissem um conselho para construir algo com esse universo de I.A, ChatGPT e o que mais vier, eu diria: seja disponível. Prudência, sim, mas com curiosidade. Esse é o caminho do meio.
E lembre-se: na infinitude das palavras e formas para se dizer algo, nós, seres humanos, seremos sempre os mais criativos e exclusivos. É da nossa mente, inquieta e fascinante, que o universo virtual se alimenta. Isso não é uma disputa.
Bônus em vídeo!
E, ah, e tem mais sobre ChatGPT e Marketing de Conteúdo, não para nessas 5 dicas e lições que falei aqui em cima. Conversei com a Larissa, a fundadora do GPD, e papo completo está aqui embaixo. Espero que te desperte ótimas reflexões!