03 / 04 / 17

Meeting Project: os desafios dos gestores de projetos de Comunicação

Na última quinta-feira (30), estive na primeira edição do Meeting Project. O projeto do Instituto Mestre GP reuniu profissionais de agências de comunicação e clientes para discutir os desafios e perspectivas do mercado de gestão de projetos em ambiente criativo. Confira os destaques dessa discussão que aconteceu em São Paulo.

O Meeting Project

Vamos ao contexto! O Meeting Project é uma iniciativa do Instituto Mestre GP para compartilhar experiências e promover o networking entre os profissionais de comunicação, especialmente relacionados às agências de publicidade. Na edição de estreia, o evento reuniu uma mesa de debates formada por:

Da esq: Denis Chamas, Filipe Guazelli, Paulo Henrique e Tereza Cândida

Da esq: Denis Chamas, Filipe Guazelli, Paulo Henrique e Tereza Cândida

  • Denis Chamas – Coordenador do time de Digital Marketing Services na Unilever
  • Filipe Guazelli – Diretor de Projetos PMO na Isobar
  • Paulo Henrique – CEO da Casion
  • Tereza Cândida – Coordenadora de projetos de Marketing e transformação digital na Totvs

Na plateia, profissionais do mercado de comunicação (produtoras, agências, parceiros) se reuniram para também contribuir com as discussões que mencionaram a relação entre agência e cliente, gestão da informação, produtividade, custo hora-homem e metodologia para gestão de projetos.

Há uma metodologia assertiva para gerir projetos de comunicação?

Cheguei no evento com esse tema em discussão. De um lado a necessidade de equilibrar escopo, custo, prazo e qualidade usando as metodologias tradicionais defendidas pelo PMBOK. Do outro a busca pela agilidade em tempos cada vez mais acirrados.

Na balança, os profissionais destacaram a importância de construir uma metodologia própria utilizando os fundamentos consagrados. A composição, a priori, deve considerar a cultura criativa e a necessidade de lidar com diversos projetos ao mesmo tempo.

Processo x burocracia

Processos: burocracia ou eficiência

Observando o cenário de agências projetizadas, como o caso da Isobar, representada por Felipe Guazelli, é possível perceber que a gestão de projetos passou a ser vista como estratégica para grupos de comunicação. A função do GP (gestor de projetos) como um líder de execução está se transformando em uma posição híbrida entre estratégia, atendimento e também operação.

A transição tem um motivo: é preciso lutar contra os malefícios do excesso de setorização. É que ao passar por muitos setores (atendimento, planejamento, criação, produção, mídia) a ideia alinhada com o cliente vai ao ar longe do desejado. Tanto é verdade que já existem iniciativas para estimular a proximidade com o cliente e seu entendimento sobre o negócio, transformando a todos em parceiros estratégicos. Uma busca clara para evitar que processo se confunda com má burocracia.

Turnover

Turnover

Se você atua em um mercado criativo, como o das agências de comunicação e marketing, já se acostumou com as constantes mudanças de posição e empresa. Esse chamado turnover é uma ameaça constante para a relação das empresas com seus clientes e colaboradores.

– O que motiva o turnover?
– Como minimizar os impactos das mudanças para o cliente?
– É possível estimular a retenção de talentos?

Essas perguntas estiveram implícitas nos comentários dos participantes da mesa. Sobre o tema, falou-se da velocidade com que a atual geração de profissionais busca o crescimento, muitas vezes desconsiderando o ciclo de aprendizagem na função. A necessidade de planos de carreira e reconhecimento claros, a gestão da informação na relação com o cliente também foram ponto de discussão.

Nesse sentido, Tereza Cândida lembrou de que o turnover gera desgaste entre o cliente a agência. A estratégia gerada ao longo dos anos vai se perdendo na medida em que os profissionais deixam a empresa.

“Muitas vezes eu, como o cliente, fui a memória da relação com a agência”, lembrou ela que acumula experiências como cliente e agência.

O futuro profissional

O futuro do trabalho

O futuro do trabalho e o desejo pela mensuração cada vez mais clara dos resultados gerados também foram mencionados no encontro.

“O profissional não quer ser reconhecido com uma pizza para fazer hora extra”, lembrou Denis Chamas ao falar sobre a importância de observar a mudança no comportamento dos trabalhadores de agências de comunicação.

A busca pela qualidade de vida, valorização do tempo de trabalho e da família, flexibilidade do trabalho estiveram em discussão.

Sobre o tema, Paulo Henrique, CEO da Casion, lembrou de sua parceria com agências de publicidade para gerenciar as informações na busca pelo aumento da produtividade e lucratividade. Segundo ele, seu time é responsável por soluções de apoio a decisão em produtos de tecnologia para o mercado publicitário. Inovação que evidencia a participação da inteligência artificial para alcançar performance compatível com o exigente mercado de marketing e comunicação.

Larissa Lima

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *